segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Código Deontológico - Técnicos de Acção Educativa - 2009

QUEM É O TÉCNICO DE ACÇÃO EDUCATIVA?


- O Técnico de Acção Educativa (TAE) é um profissional do ramo da educação, e tem como principal função apoiar os educadores no jardim-de-infância.

- As crianças são a base pela qual se deve reger todo o trabalho e dedicação dos TAE.

- Proteger, ensinar e educar as crianças, deve ser o objectivo de qualquer TAE.

- A Educação é um elemento fundamental na construção de cada indivíduo e da sociedade, e o TAE nunca se poderá esquecer de que é uma parte fundamental desse elemento. Como tal, deve ser um profissional qualificado, quer em termos académicos como em termos de valores éticos.



O PORQUÊ DE UM CÓDIGO DEONTOLÓGICO


- A Deontologia é a ciência que estuda os deveres, os princípios e as normas de conduta adoptados por cada grupo profissional.

- Essa preocupação em definir claramente quais os direitos e os deveres que todos os profissionais devem respeitar faz cada vez mais sentido, e culmina geralmente com a elaboração de um documento escrito: o código deontológico.

- Tendo em conta a importância extrema do trabalho desempenhado pelos TAE, e ainda o facto de trabalharem directamente com crianças, é fácil compreender a necessidade de criar um código deontológico especificamente adaptado.

- Esta é, de facto, uma actividade profissional com uma componente ética muito forte.

- As normas que a seguir se apresentam pretendem ser simples, objectivas e universais, isto é, devem ser respeitadas sempre e por qualquer TAE.



NORMAS GERAIS DE CONDUTA


- Ser assíduo e pontual, respeitando os horários de funcionamento do jardim-de-infância.

- Desenvolver qualquer actividade com o máximo de empenho e profissionalismo possível.

- Compreender que é necessário actualizar constantemente os nossos conhecimentos e competências.

- Nunca descurar a confidencialidade no que diz respeito às informações e actividades que só dizem respeito ao trabalho.

- Ter zelo pelo cumprimento dos mais básicos princípios éticos: honestidade, dignidade, responsabilidade, defesa da igualdade.

- Desenvolver qualidades pessoais que possam beneficiar o desempenho das suas funções, tais como: a tolerância, o auto-controlo, a sensibilidade, a empatia…

- Evitar situações de fraude, mentira, e todas as que não dignifiquem a profissão e o ensino.

- Procurar enobrecer sempre a profissão, durante e fora do seu exercício.

- Assumir a responsabilidade por todos os seus actos e acções.

- Desenvolver uma atitude crítica sobre o seu desempenho, e procurar sempre formas de o melhorar.

- No caso de se verificar algum comportamento desviante e/ou prejudicial às crianças, deve ser feita a respectiva denúncia às autoridades competentes.



DEVERES PARA COM AS CRIANÇAS


- Contribuir para a formação integral de cada criança, promovendo o desenvolvimento das suas capacidades, estimulando a sua autonomia e criatividade, e transmitindo desde já a imagem de um cidadão responsável e interveniente na vida da sua comunidade.

- Promover a aquisição de conhecimentos, mas também a transmissão de valores fundamentais para a criança: amizade, honestidade, responsabilidade, entre-ajuda…

- Promover um espaço e um ambiente de trabalho que seja simultaneamente seguro (higiene, saúde…) e estimulante.

- Tentar sempre ser solidário, paciente e tolerante com a criança, por forma a que ela se sinta constantemente segura e confortável.

- Promover a igualdade entre todas as crianças, evitando qualquer tipo de discriminação em função da cor, do sexo, da nacionalidade, crenças religiosas, incapacidades físicas ou mentais, etc.

- Tratar cada criança pelo seu nome próprio, compreendendo que esse é um elemento fundamental da sua identidade.
- Reconhecer o direito ao erro por parte da criança, considerando que é algo normal no processo de aprendizagem.

- Respeitar a privacidade de cada criança e o seu direito ao silêncio.

- Estar sempre ao lado da criança, sobretudo nas situações mais complicadas, e incutir nelas a esperança e a convicção de um mundo melhor.

- Guardar sigilo sobre informações confidenciais obtidas na sua relação com as crianças, excepto se houver alguma razão profissional ou imposição legal.

- Salvaguardar os direitos das crianças com necessidades especiais, colaborando para o seu desenvolvimento pessoal e uma plena integração social.

- Confiar na criança e nas suas potencialidades.


DEVERES PARA COM OS COLEGAS


- Desenvolver um espírito de colaboração e ajuda entre todos.

- Mostrar-se solidário com todos os colegas.

- Evitar qualquer atitude discriminatória em relação a eles.

- Promover a amizade e o respeito para com todos.

- Contribuir para um ambiente de trabalho harmonioso e produtivo.
- Saber aprender com as experiências dos colegas, ao mesmo tempo que partilhamos as nossas.

- Respeitar a opinião e o trabalho de todos os colegas.

- Jamais dar a conhecer ou evidenciar publicamente as eventuais divergências com colegas.

- Respeitar todos os colegas, independentemente das funções que desempenham ou do lugar que ocupam na hierarquia profissional.

- Não invadir a privacidade dos colegas.



DEVERES PARA COM OS PAIS/EDUCADORES


- Não aceitar presentes ou gratificações, mesmo que aparentemente não tenham a função de obter qualquer favorecimento.

- Não abusar do poder e da posição que a sua actividade profissional lhe confere, nem desviá-la para outros fins que não sejam a protecção e a educação da criança.

- Ser estritamente profissional, cordial e imparcial no tratamento com os pais e educadores.

- Evitar que interesses ou conflitos pessoais dificultem o relacionamento com todos os pais.

- Dialogar regularmente com os pais e os educadores, procurando conhecer melhor o contexto familiar de cada criança.

- Transmitir confiança e segurança, sabendo que só assim eles poderão dar um feedback construtivo para o trabalho do TAE.

- Ser solidário com os pais, procurando ajudar em todos os assuntos que digam respeito à criança.

- Respeitar as crenças e as opiniões mais pessoais.

- Manter a confidencialidade acerca dos problemas e da vida pessoal.

- Nunca desautorizar os pais publicamente.



DIREITOS DO TÉCNICO DE ACÇÃO EDUCATIVA


- Ver respeitados todos os direitos definidos contratualmente.

- Direito a uma remuneração justa, tendo em conta a importância e a exigência da sua profissão.

- Direito a uma formação contínua, capaz de aumentar e actualizar quer os conhecimentos quer as competências do TAE.

- Existência de instrumentos e condições materiais para que o TAE possa desempenhar com sucesso todas as suas tarefas.

- Autonomia e responsabilidade na execução do seu trabalho.

- Direito a participar nas decisões tomadas no jardim-de-infância.

19 comentários:

  1. Sou Tecnica de Acção Educativa, mas sempre ignorada e tratada como simples auxiliar. Hoje tenho a noção que foi tempo perdido tirar o curso. Gostaria de dar mais de mim...do que simplesmente mudar fraldas e limpar salas.Mas quando somos contratadas é nos exigido cursos e experiência. O que ganhamos com isso? NADA nem mesmo a nível de salário!!!

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    1. Não, na realidade ganhamos o sorriso e o amor das crianças por fazermos parte das suas vidas. Confie em si e no seu valor pois ele é mais valioso do que todo o dinheiro do mundo.

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  2. isso é verdade, muitas vezes ridicularizadas pelas colegas auxilires, quando é dito que temos o curso mas o trabalho é o mesmo da auxiliar ; com curso ou sem ele ganhamos o mesmo e trabalhamos igual, entao para què o curso?

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    1. Por vezes nem as proprias educadoras sabem qual a diferença entre auxiliar e tecnica

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  3. "tratada como simples auxiliar"
    Digo-lhes que existem injustiças na vida e ainda mais agora que a crise é nossa companheira diária. Mas esses tipos de exclusão, discriminação, são meio caminho andado para o "feitiço" se virar contra vós.

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  4. eu axo k e injusto n darem o devido valor as auxiliares de educaçao pois sao elas k tem o trabalhon todo em cuidar e tratar dos nossos filhos

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  5. Tambem sou TAE, e sinto-me injustiçada, as colegas auxiliares sentem ciumes de termos mais conhecimentos, o que torna o ambiente muito pesado, até algumas professoras ficam aborrecidas por termos mais habilidade do que elas em certos trabalhos manuais, dai gera o ciúme, enquanto não me puseram na rua não descansaram, adorei tirar o curso mas agora nada me vale.

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  6. Tirei o curso de TAI - Técnico de Apoio à Infância, ao longo do curso fui fazendo estagios em diversos locais, e neste momento 2 cursos e o 12º ano e não me aceitam como TAI porque dizem q tenho habilitações a mais para exercer o trabalho.
    isto também é injusto.
    já nada nos vale...

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  7. qual é a diferença de salario (ou deveria ser) de uma auxiliar e de uma Técnica?

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    1. auxiliar ordenado minimo
      tecnica mais 200 euros acima do ordenado minimo nacional.

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    2. A serio? Mas essa diferença também é para IPSS?

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  8. olá estou agora a estagiar e também me tratam como auxiliar será que o curso de técnica é assim tao recente? também estou desiludida, mas que vou eu fazer!.. espero conseguir arranjar uma solução.

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  9. Ao ver estes comentários, sinto-me imensamente motivada para prosseguir no curso...sinto, ter as portas abertas em todos os lados para a aplicação das técnicas e conhecimentos adquiridos. Um futuro risonho a minha frente!

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  10. ...continuação da mensagem....PS: Só para atualizar kkkkkk

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  11. Eu tmbm sou TAE e sinto desde que comecei a estagiar e a contrato que me veem como uma simples auxiliar
    So servimos para mudar fraldas e limpar salas quando a sr da limpeza falta de resto nao servimos para mais nada
    Nos temos conhecimentos e habilidades e somos postas de lado ... nao nos dao valor e ainda por cima pagam o ordenado minimo e ta a andar
    A cada dia que passa cada vez mais me sinto mais desmontivada

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  12. Eu tmbm sou TAE e sinto desde que comecei a estagiar e a contrato que me veem como uma simples auxiliar
    So servimos para mudar fraldas e limpar salas quando a sr da limpeza falta de resto nao servimos para mais nada
    Nos temos conhecimentos e habilidades e somos postas de lado ... nao nos dao valor e ainda por cima pagam o ordenado minimo e ta a andar
    A cada dia que passa cada vez mais me sinto mais desmontivada

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  13. Eu sou TAE e qndo passei pelo estagio do curso, passei por situações de ciúmes por parte das colegas. Isto tudo se deve ao IEFP que colocou os cursos por níveis mas só tem valor enquanto estás nos estágios, dps que terminas os estágios voltas a ser remunerado como qualquer auxiliar, ou seja deixa de existir níveis, é o país que temos, quando cria algo sem fundamento algum, dá nisto!!! passar o tempo, tira-se o curso para se passar tempo, porq no final ficas a ter problemas com colegas! e com mais níveis ou menos níveis são serve de nada!

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  14. Lendo os comentários desmotivo face ao TAE que estou a frequentar... sei que o IEFP é cheio de boas intenções no que respeita a formações mas na prática as Instituições querem pessoas sem formação para fazerem tudo. Ser TAE vai colidir com a auxiliar e a educadora e haverá sempre situações de discriminação...é a mentalidade dos portugueses...rebaixar o outro!

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  15. Com todo o respeito pelos comentários, opiniões e desagrados que vejo aqui mas não consigo perceber como alguém pode se lamentar que diz que tirou um curso para nada.Sou licenciado em Contabilidade e foi um grande investimento no entanto não exerço a profissão e hoje faria igual tudo porque gosto do que estudei.Se se tirou um curso à partida é porque se ama o que estudou e faz parte de nós ainda mais na área da educação.Mas como disse respeito todas as opiniões!

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